Uma amiga me disse que sou a pessoa
mais a deriva e com mais foco que ela conhece. Então é essa a rota
da viagem: objetivos traçados, mas muitas lacunas para o
imprevisível, o novo que sempre aparece. Gosto de não fechar muito
os caminhos para não perder o acaso e suas possibilidades.
Mas o esqueleto tá montado e começa
em Torino, Piemonte, por onde entro na Itália. Piemonte tem muitas
coisas que me interessam, a primeira e maior delas é a sede do
movimento slow food. Desde que conheci o assunto me apaixonei, foi
como descobrir minha tribo, pessoas falando e fazendo o quê eu
acreditava e gostaria de ver no mundo: alimentação e plantação
caminhando juntos. É muito estranho que eles tenham se separado, mas
esta é a verdade depois da revolução verde e do crescimento da
indústria alimentar. A comida ficou orfâ de pai e mãe, como uma
criança da roça criada na cidade grande, sem conhecer suas origens.
Na verdade as pessoas ficaram orfãs de uma comida com história,
ciclo, sabor. Resgatar isso é lindo e saboroso e o piemonte é onde
tudo começa. Tem a UNISG, (www.unisg.it)
Universidade de Gastronomia do movimento, um sonho antigo, um curso
de mestrado que namoro há alguns anos...
Próximo passo Toscana. Roça. Mesmo
com todo calor do verão, espero poder por a mão na terra, visitar e
estar em algumas propriedades rurais, principalmente de horta
orgânica. Dizem que é um ótimo período para festas típicas na
região, e gostaria de alternar a atividade rural com passeios...
Não sei o próximo passo, mas ainda
tenho dois objetivos:
Bologna. Um amigo de uma amiga
participa do Slow Food local e achei que seria legal ver as
atividades da região.
Por último Puglia. Sei pouquíssmo
sobre o salto da bota, mas estou decidida a chegar até lá. Minha
última paixão literaria foi Ossos, Sangue e Manteiga, de Gabrielle
Hamilton, uma chef de cozinha americana muito autêntica, dona de um
restaurante em NY que parece ser um sucesso – Prune, e que se casou com
um italiano da região. Seu relato me encantou com a simplicidade do
povo, sua culinária rica e preservada, a rusticidade das feiras e a
alegria das pessoas. Foi amor a primeira leitura.
No mais à deriva, deixando o vento me
guiar. Parece bom, não é?
A curiosidade me instiga, qual seu nível de italiano? Sei que nao faltara olfato e paladar, e palavras? Boa sorte
ResponderExcluirmeu italiano é pouco, mas a origem latina ajuda...vai rolar, já senti!
ResponderExcluirTT, estamos curtindo essa viagem junto c/ vc. Delicie-se com os novos sabores. Desfrute muito dessa enriquecedora imersão. E, claro, compartilhe tudo com a gente!!
ResponderExcluirQuanto à problemas c/ a comunicação, existe uma dica infalível: mímica. Não tem erro!!..rss
muitos beijos
Lets, você tem toda razão: mímica é infalível.
ResponderExcluirmeu pai conta de um cara que para não ser descoberto como estrangeiro (e cobrado mais caro no corte de cabelo e barba) fingia ser mudo! ahahaha. não sei em que país, mas é genial, não?
mas as pessoas têm muita boa vontade (exceto os cobradores da trenitalia) e vou soltando meu fraco italiano por aí...