quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Cittàslow


Antes de vir para a Itália, um dia recebi do meu tio Maurício, um email com o assunto: cittaslow. Era uma reportagem de uma revista on line que se chama Business do Bem. Trata de um movimento nascido numa pequena cidade italiana, inspirado no slow food. Na época li, mas não tinha guardado bem onde era, estes dias resolvi reler e quem sabe procurar esta cidade. E para minha alegria era Greve, uma cidade toscana que já conhecia, vizinha à fazenda Le Fornaci. Estes dias estive na região de novo e descobri mais um título que a cidade orgulhosamente exibe: OGM's free (nada de transgênicos por aqui). Só aumentou minha alegria de estar neste lugar especial, onde fiz amigos que levo no coração e claro, espero no Brasil!
Abaixo um trecho da matéria do Business do Bem, quem quiser vê-la inteira é só clicar aqui
"Greve in Chianti é uma pequena comunidade de menos de 15.000 habitantes a 30 quilômetros de Florença, no coração da Toscana. Provavelmente existe antes dos etruscos e dos romanos dominarem a área; os registros mais antigos são do século XI. A economia local está baseada na exportação de óleo de oliva extra virgem e vinhos chiantis e super-toscanos e importação de turistas. A cidade abriga atrações como a Igreja Santa Croce (século XI), uma casa que foi de Américo Vespúcio, um mosteiro Franciscano do século XIV e o castelo de Verrazzano construído pelos Lombardos no século XIII, entre outras obras. Atraídos pela beleza e charme da região e por festivais de vinho, festa das flores, feiras de antiguidades e uma feira semanal de produtos típicos na Piazza Matteotti, a principal da cidade, os turistas que visitam Greve in Chianti podem se deliciar com uma gastronomia de alta qualidade que inclui trufas, porcos Cinta Senese e veados selvagens – todos de produção local.
Por todas estas razões, ter uma propriedade na região se tornou o objeto do desejo de bem resolvidos e ricos do mundo inteiro que compram propriedades idílicas como as famosas vilas toscanas, pequenos castelos e propriedades rurais centenárias com áreas de produção de azeite e vinho. Compram e não podem modificar um único tijolo. Em 2010 a revista norte-americana Forbes a nomeou a primeira da lista de “Europe’s Most Idyllic Places To Live.”
Mas Greve in Chianti prospera de um jeito diferente, controlado. Nos anos 80 a cidade já começava a ter problemas de perda de identidade por causa do volume de turistas. Como enfrentar o desafio de atender turistas em maior volume do que podia sem se descaracterizar? A solução convencional no turismo nestes casos é buscar a qualidade, mas a comunidade já oferecia isto. Foi quando o então prefeito Paolo Saturnini propôs uma idéia simples: a associação do conceito de “slow food” para a cidade inteira, um conceito que se materializou no Movimento Cittaslow.
O Movimento Cittaslow (Cidadades Lentas), a mais revolucionária proposta de desenvolvimento urbano sustentável, nasceu numa mesa de bar. Mais específicamente, na mesa de um restaurante de Greve in Chianti, na qual o então prefeito Paolo Saturnini almoçava com amigos. O ano era 1999 e a idéia surgiu como uma solução simples para um problema que todas as comunidades enfrentam – conciliar desenvolvimento com qualidade de vida. Hoje, menos de 13 anos depois, já está sendo aplicado em cerca de 150 cidades de 25 países.
O Movimento Cittaslow propõe a melhora da qualidade de vida dos cidadãos a partir de propostas vinculadas ao território, ao meio ambiente, ao respeito cultural e ao uso de novas tecnologias usando como “arma” o protagonismo comunitário. Simples na concepção, nasceu inspirada no Movimento Slow Food e se propaga em cidades pequenas, evitando que cometam os mesmos erros das cidades que crescem sem controle. Como diz Saturnini, cidades pequenas devem preservar; cidades grandes precisam revolucionar – e não sabem como. O Brasil tem 5.017 municípios com menos de 50.000 habitantes e pode criar centenas de Cidades Lentas salvando do caos urbano 65,2 milhões de brasileiros. Esta reportagem procura mostrar o caminho. Para saber mais acesse http://www.cittaslow.org
Rogério Ruschel – rogerio@ruscheleassociados.com.br – é jornalista especializado e editor da revista eletrônica “Business do Bem – Economia, Negócios e Sustentabilidade”.

Tudo de bom né? Eu fico sonhando com uma Entre Rios sem OGM's...

uma vista do Chianti, região onde está Greve

2 comentários:

  1. A vida é mesmo engraçada. Dois anos atrás nós ficamos uma semana em Greve. E foi preciso você, na sua aventura italiana, para descobrir tanto sobre a cidade.
    Deu vontade de voltar.
    Manel

    ResponderExcluir
  2. Acho que todos deveríamos voltar, mas contratando a Teresa como nossa GUIA. 10 Pessoas, 20 a 30 dias, alugamos uma van e fazemos um percurso gastro-agronômico de norte a sul. O que vocês acham?

    ResponderExcluir