sábado, 10 de novembro de 2012

Lisboa

Portugal deixou um gostinho de casa na boca. Cheguei aqui com a maior dúvida se era o mesmo português que falamos no Brasil. Desculpe minha ignorância, mas minha experiência com os portugueses era de muito tempo atrás quando trabalhei com uma família de Lisboa, na Bahia, e me lembrava de um filme que tentei ver e não entendi bulhufas. Acho que li todos os livros do Saramago, sei que ele não deixava "traduzir" para o nosso português e pela dificuldade bem que podia ser outra língua. Mas no final a surpresa, sim, posso falar como se tivesse em casa, com paciência todo mundo se entende!

O mais legal é que aqui tive as dicas de duas Joan(n)as. Uma prima querida que não via a anos e que me hospedou e uma amiga querida que tá de volta no Brasil. Uma se chama Paraizo a outra Dovaledourado. A boa sorte tava estampada nestes dias.

E Lisboa tem cara de lugar encantado mesmo. Tem sabor de casa, uma cidade que te diz alguma coisa. Por alguns momentos podia me ver em São Luis do Maranhão, onde as casas grandes, recobertas de azulejos ainda se pode ver por todo o centro. Outras vezes nas ladeiras de Ouro Preto. E depois de 3 dias desisti de comparações, tem cara de casa mas é diferente. E se entregar à diferença é o mais legal pra conhecer a cidade. Olhos curiosos sempre!

Pude provar pouco da cozinha portuguesa, mas deu água na boca e já tô sonhando em voltar ;)
O sabor do Outono aqui tava nas ruas: carrinhos de assar castanha, portuguesa, claro, por todos os lados. A castanha foi uma das minhas últimas paixões na Itália. Feita no fogão com uma panela especial toda furadinha, ou no braseiro como é feita aqui, e pronto. Descascar e comer. Primeiro um talho no meio dela, só na casca, para dar a oportunidade de todo o meio cozinhar. Comi muitas vezes antes da refeição, como uma entrada e outras depois, quase uma sobremesa. Dos deuses.

Mas a minha impressão mais forte de Lisboa foi do comércio. Por um lado eles assumiram a cara de "parados no tempo" e você encontra milhares de coisas lindas super vintage - de sabonetes a sardinhas. Mas o lado moderninho da cidade também bomba, e se você se permitir perder pelo Chiado vai se deparar com cada lojinha apaixonante. Eu, que em geral não sou facilmente vencida pelo instinto do consumo, tive que me controlar, porque queria levar tudo pra casa! Claro que uns presentinhos pros sobrinhos rolou...

quentes e boas é a frase oficial dos vendedores!





5 comentários:

  1. encantada com o seu blog! vim pelo come-se. já li quase todo. adorei a idéia de wwoof que nunca tinha ouvido falar. estou pensando seriamente em passar minhas proximas férias sendo wwoof, mas aqui pelo Brasil mesmo, pra começar, já que ainda não tenho experiência de trabalho no campo.

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  2. Ei Teresa,

    Deu uma vontade danada de ir pra Lisboa viu...Vc tem suscitado em mim esse meu lado cigano, de que tem asas e não raízes!
    Depois que o Gabriel nasceu senti que minhas raízes cresceram e se aprofundaram e minhas asas encolheram aguardando o momento de levantar vôo novamente, mas agora acompanhada pela cria.
    Amo Minas, minha PÁTRIA é Minas, mas sinto necessidade visceral de conhecimento: conhecer outros lugares, sabores, cheiros, enfim, conhecer o OUTRO e tudo em volta.
    E essa sua Odisséia me tirou um medo que eu carreguei por anos:o da língua!
    Agora descobrir ser possível ir para lugares onde não falo a língua.Minha gratidão por isso também...
    Só sei que quando ti conhecer pessoalmente meu primeiro abraço será de gratidão, por tudo que, mesmo longe e sem me conhecer pessoalmente, vc suscitou em mim nessa sua Odisséia.
    Mudando de assunto: fiquei curiosa com a tal panela especial furadinha da Itália para torrar castanhas.Vc tem alguma foto dela?
    Paz e muita Luz,sempre!
    Lilian

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  3. Raq, nao se preocupe com experiencia, vi uma japonesa que nunca pisou na grama se virando como wwoofer na italia! no brasil a lista eh pequena, mas o dahorta ta sempre de portas abertas ;)

    Lilian, vc eh uma companheira, valeu demais! me escreve um email pra gente combinar de se encontrar: teresa@dahorta.org

    a panela eh super simples, quase como as chapas de torrar castanha de caju do nordeste. pode ser como a parte de cima de uma cuscuzeira - desde que esta tenha lados para a castanha nao cair!

    valeu gente!

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  4. já vi o dahorta na lista. acho mesmo que vou começar por lá, até porque gosto muito de minas. só falta eu me programar. valeu pelo incentivo!

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  5. oi teresa.
    agora que voltou pra minas não vai mais escrever não...?
    também vim pelo come-se, gostei muito do seu espaço, do seu falatório, de tudo.
    tirando que minas é tudo nesta vida né. sou mineira também :)

    bom saber que você está no wwoof, há tempos namoro essa ideia, quem sabe não nos encontramos nesta vida um dia?

    escreve mais,
    um abraço

    Ju

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